Artemisia de Vine: Como você pode ajudar a combater o estigma contra trabalhadoras sexuais

//

Tatiane Pires

woman-working-on-computer

17 de dezembro é o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra Trabalhadoras Sexuais. Em seu texto, Artemisia de Vine — trabalhadora sexual em Sydney, Austrália — desafia seus leitores a ter atitudes e compartilhar uma mensagens que ajudem a combater o estigma contra as trabalhadoras sexuais.

Texto a seguir é de Artemisia de Vine.

Hoje é o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra Trabalhadoras Sexuais, e uma coisa que você pode fazer para ajudar é dizer algo positivo sobre as trabalhadoras sexuais para seus amigos, colegas e família. O pensamento de ser visto publicamente apoiando trabalhadoras sexuais faz você sentir receio? Essa é uma pequena amostra do estigma que enfrentamos todos os dias.

O estigma permite que a violência continue. O estigma alimenta a violência, pois colabora para a criação de leis que têm o medo como base. Essas leis empurram-nos ainda mais para a clandestinidade, onde somos mais vulneráveis a clientes e policiais corruptos, e a todo tipo de maus elementos.

O estima permite o preconceito, isso significa, em termos práticos, que perdemos a guarda dos nossos filhos nos divórcios, perdemos nosso segundo e “respeitável” emprego se somos descobertas. O estigma significa que somos tratadas com menos respeito que as pessoas que não são trabalhadores sexuais.

Constantemente, sofremos pequenas agressões: somos despejadas dos hotéis em que nos hospedamos e das nossas próprias casas, somos chantageadas e crimes contra nós deixam de ser denunciados por medo da forma como seremos tratadas pela polícia e pelo sistema judicial. Além do medo de sermos discriminadas por amigos e familiares que, por vezes, cortam relações conosco. Alguns países, como os EUA, não permitem a entrada de pessoas que já foram trabalhadoras sexuais. Trabalhadoras sexuais são presas injustamente em todo o mundo.

O estigma permite que sejamos alvos de estupradores e de outros criminosos violentos, porque somos mais vulneráveis e é menos provável que tenhamos apoio da comunidade e da lei.

O antídoto para neutralizar o estigma é ativamente dizer ou fazer algo positivo, algo para sensibilizar. Compartilhe um artigo positivo sobre prostitutas no Facebook. Educadamente, chame a atenção de seus amigos quando usarem “puta” como um insulto. Diga a uma trabalhadora sexual como ela é fantástica. Diga algo sério e construtivo sobre o papel das trabalhadoras sexuais na sociedade. Confronte suas suposições sobre o trabalho sexual.

Mostre-nos que não estamos sozinhas nessa luta por direitos humanos básicos e por respeito.

Aqui está um ótimo artigo sobre como ser um aliado das trabalhadoras sexuais.

Mesmo se você não é a favor do trabalho sexual, aqui está outro artigo sobre como você ainda pode nos apoiar como seres humanos que merecem direitos humanos tanto quanto você: como respeitar trabalhadoras sexuais.

Como você vai mostrar seu apoio?

Texto publicado originalmente em consciouskink.com » How you can help end sex worker stigma.

Deixe um comentário