Desde que assisti o documentário Violência Obstétrica, tenho buscado mais informações sobre as diversas formas de violência a que são submetidas as mulheres durante a gravidez e o parto. O Renascimento do Parto mostra entrevistas com médicos e pesquisadores; as mães também falam de suas experiências traumáticas.
É assustadora a quantidade de mentiras ditas por profissionais com diploma de medicina para que consigam agendar mais partos por cesariana. O que esses mercenários não contam para as mulheres é que eles e os hospitais recebem mais para fazer um procedimento desnecessário na imensa maioria dos casos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cesariana só é indicada para aproximadamente 20% dos partos.
Eles também não dizem às mulheres que a mortalidade em cesarianas é 2,9 vezes maior que em partos vaginais, que bebês nascidos de cesarianas tem cinco vezes mais chances de desenvolver alergias e que mulheres em cesariana tem 5,9 vezes mais chances de morbidade materna grave.
O documentário é uma importante fonte de informações para que as mulheres possam, de fato, escolher como seus filhos vão nascer.
O Renascimento do Parto
Duração: 90 minutos
Gênero: Documentário
Direção: Eduardo Chauvet
Pesquisa e roteiro: Érica de Paula
Alguns mitos que sustentam o sistema:
Mito: Falta de dilatação
Fato: Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas.
Mito: Bacia estreita
Fato: Existem situações não muito comuns em que um bebê é grande demais para a bacia da mulher, ou então está numa posição que não permite seu encaixe. Não mais que 5% dos partos estariam sujeitos a essa condição. Além disso, tecnicamente é impossível saber se o bebê não vai passar enquanto o trabalho de parto não acontecer, a dilatação chegar ao máximo e o bebê não se encaixar.
Mito: Parto seco
A verdade é que depois que a bolsa rompe o líquido amniótico continua a ser produzido, e a cabeça do bebê faz um efeito de “fechar” a saída, de modo que o líquido continua se acumulando no útero. Além disso o colo do útero produz muco continuamente que serve como um lubrificante natural para o parto.
Mito: Parto demorado
Fato: Na verdade o parto nunca é rápido demais ou demorado demais enquanto mãe e bebê estiverem bem, com boas condições vitais, o que é verificado durante o trabalho de parto. Um parto pode demorar 1 hora como pode demorar 3 dias, o mais importante é um bom atendimento por parte da equipe de saúde. O que dá à equipe as pistas sobre o bebê são os batimentos cardíacos. Enquanto eles estiverem num padrão tranquilizador, então o parto está no tempo certo para aquela mulher.
Mito: Bebê passou da hora
Os bebês costumam nascer com idades gestacionais entre 37 e 42 semanas. Mesmo depois das 42 semanas, se forem feitos todos os exames que comprovem o bem estar fetal, não há motivos para preocupação. O importante é o bom pré-natal. Caso os exames apontem para uma diminuição da vitalidade, a indução do parto pode ser uma ótima alternativa.
Mito: Cordão enrolado
Fato: O cordão umbilical é preenchido por uma gelatina elástica, que dá a ele a capacidade de se adaptar a diferentes formas. O oxigênio vem para o bebê através do cordão direto para a corrente sanguínea. Assim, o bebê não pode sufocar.
Mito: Não entrou/não teve trabalho de parto
Fato: A verdade é que toda mulher entra em trabalho de parto, mais cedo ou mais tarde. Ela só não vai entrar em trabalho de parto se a operarem antes disso.
Mito: Não tem dilatação no final da gravidez
Fato: Tecnicamente uma mulher pode chegar a 42 semanas sem qualquer sinal, sem dilatação, sem contrações fortes, sem perder o tampão e de uma hora para outra entrar em trabalho de parto e dilatar tudo o que é necessário. É impossível predizer como vai ser o parto por exames de toque durante a gravidez.
Mito: Placenta envelhecida
Fato: O exame de ultra-som não consegue avaliar exatamente a qualidade da placenta. A qualidade da placenta isoladamente não tem qualquer significado. Ela só tem significado em conjunto com outros diagnósticos, como a ausência de crescimento do bebê, por exemplo. A maioria das mulheres têm um “envelhecimento” normal e saudável de sua placenta no final da gravidez. Só será considerado anormal uma placenta com envelhecimento precoce, por exemplo, com 30 semanas de gravidez.
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